segunda-feira, 14 de novembro de 2011

Atacama: Ascensão em vulcão

Ainda estávamos receosos de subir a quase 6000 metros de altitude. Nos primeiros dias de viagem, conhecemos Jaime, que seria nosso suposto guia até o topo do vulcão Lascar. Ele nos levou até o Salar de Tara e lá nos avaliou...Deve ter se assustado com a minha falta de intimidade com pedras. Não adianta. Eu sempre acabou resbalando...

No final da viagem, Jaime deu sinal verde para subirmos ao Lascar. Fechamos tudo com a agência Maxim. Como não conseguimos achar mais dois loucos para subir, fomos apenas em dois mais o guia. Não me lembro dos preços, mas foi salgado!

Jaime é uma daquelas pessoas sensacionais, que não param de falar nenhum momento! Ele deu várias explicações sobre os assuntos, é geólogo e historiador, além de expert nos vulcões.

Preparo pré-subida: no dia anterior à Subida, fomos ao Tatio. Ou seja, já houve boa ambientação com a altitude. Passamos um pouco de frio no Tatio e ficamos apreensivos com as roupas que subiríamos para o vulcão. Na volta, fomos passear na North Face e desistimos de comprar qualquer outra coisa. Tínhamos a informação de um senhor que vendia roupa de montanha. Fomos até a pessoa e desistimos assim que ele nos apresentou a mercadoria. Ou era falsificado ou era roubado. Respiramos, demos adeus e fomos por em prática o plano B: comprar camadas - duas luvas, dois gorros, meias de alpacas. Tudo comprado, inclusive meu gorro ridículo e colorido.

Jantar de carboidratos; nada de vinho; muita água...e algumas horas depois, acordamos para a subida ao Lascar.

Durante. Jaime passou nos buscar no início da manhã. No meio do caminho, paramos para tomar café no meio de uma das lagunas altiplânicas. A paisagem é de tirar o fôlego.



Após visualizar essa maravilha, paramos perto do início da nossa escalada. Eu gostaria de ter levado meu Garmin para mapear a rota, mas acabei esquecendo. São umas 2 horas e 30 minutos de subida. A subida não é tão íngreme, mas falta ar. Eu tenho fôlego de maratonista - literalmente - e tive que parar algumas vezes para respirar. Como um metrônomo, é preciso achar o ritmo certo para subir. O Jaime começou a puxar-nos bem devagar e depois foi acelerando. O problema foi o peso da água...Levamos uns cinco litros de água em apenas uma mochila (IDIOTAS) e foi díficil carregar tudo. Eis a nossa subidinha:


Manter o ritmo é muito importante em caminhadas morro acima e os bastões de caminhada ajudam um monte. Os bastões facilitam a subida. Quanto ao ritmo, descobri isso com a subida ao Lascar e confirmei na Subida da Graciosa. Com  velocidade constante, vamos a qualquer lugar.

Chegamos lá em cima e pudemos sentir aquele cheiro gostoso de enxofre. Recebemos mais algumas explicações sobre geologia e pudemos contemplar a vista.

 Na volta, encontramos mais alguns brasileiros e logo voltamos para a caminhonete. Não tivemos um desempenho tão bom na descida por minha culpa...minha incompatibilidade com pedras sempre custa alguns minutos a mais...

A roupa foi suficiente. Não passamos frio e pudemos retirar algumas camadas de roupa durante o caminho. 

Depois: ajudamos Jaime a guardar os equipamentos na caminhonete e voltamos para San Pedro. Só que a volta é mais cansativa, estava muito quente dentro da caminhonete e tive que parar para vomitar...Jaime, superatencioso, parou para nos dar uma planta para fazer chá que combatia o enjoo. Certamente foi um dos efeitos da altitude. 
Jaime nos deixou no hotel e fomos descansar um pouco. Um banho e uma soneca reparadores foram essenciais para que pudéssemos recobrar nossos sentidos.

Treino: a subida ao Lascar e sua descida dura cerca de 2:30 a 3:00 horas (o tempo médio dos brasileiros, segundo Jaime). Não lembro de ter ficado com dores, pois fizemos tudo bem devagar, dentro do nosso ritmo. Mas o ar seco e a altitude fazem tudo ser bem mais cansativo. Chegamos no final do dia cansados, como se tivéssemos feito um longo de corrida. 
Ah, como disse, não cansei tampouco senti dores porque fiz muita musculação antes de subir ao Lascar. 

Vestuário: tênis de trilha, calça cargo, legging, meias, camiseta, fleece, impermeável, gorro e luvas. Além disso, uma mochila, 5 litros de água, biscoitos. Jaime providencia um lanche bem gostoso.

Duração do passeio: umas 10 horas, pois o Lascar fica a uns 200 kms de San Pedro do Atacama e a estrada até lá é rústica. 

O que faríamos de diferente: eu levaria minha mochila de hidratação. E só.

Para a próxima: vamos subir o Licancabur, que demora uns dois dias, e quero descer o Cerro Toco de bicicleta.

Guias: fechamos um pacote com a Maxim. O Jaime é o guia e é excelente  historiador, geólogo e atleta (digitem Jaime Alvarez Lazcano no Facebook e vejam as fotos dele) . E um excelente sonoplasta: as explicações dele são cheias de pá, bum e ploft.






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